domingo, 23 de abril de 2017

Delícia de abobrinha

 Rendimento: 24 unidades

Ingredientes
  • 2 abobrinhas médias
  • 200 g de ricota amassada com o garfo
  • 1 ovo
  • 2 colheres (sopa) de cheiro-verde picado
  • 1 pote de iogurte natural desnatado
  • 1 xícara (chá) de farinha de trigo
  • 1 colher (chá) de fermento em pó
  • 2 colheres (chá) de azeite de oliva
Preparo
Rale as abobrinhas no ralo grosso e deixe descansar, em uma peneira, por cerca de 10 minutos. Misture o restante dos ingredientes. Modele bolinhas e coloque-as em uma assadeira untada com parte do azeite. Pincele as bolinhas com o restante do azeite e asse em forno alto (200 °C), preaquecido, por cerca de 20 minutos.
Informações nutricionais
1 Porção = 1 Fatia                                           75 g
Calorias                                                              108
Proteínas                                                           6,9g
Gorduras totais                                                2,6g
Carboidratos                                                   14,2g
Fibras                                                                   1,4g
Sódio                                                                  85mg
Gorduras saturadas                                         1,3g
Colesterol                                                         35mg

A realidade do diabetes: A interdisciplinaridade como caminho

Hoje o tratamento da doença crônica é um desafio para todos os envolvidos em seu cuidado, do sistema de saúde aos profissionais, familiares e pacientes.
Gostaríamos de compartilhar nossas reflexões, a partir da experiência em um grupo voltado para a educação e controle do diabetes que atua num formato interdisciplinar, tendo como foco os cuidados necessários para um bom controle do Diabetes.
O diabetes é uma doença crônica, multifatorial e evolutiva. Se em sua progressão, seja de forma silenciosa ou não, o paciente permanecer no mau controle, isto pode acarretar complicações com sequelas irreversíveis.
Apesar de todos os investimentos em avanços farmacológicos e de equipamentos, da especialização crescente dos profissionais envolvidos na área, pouco se consegue no sentido de controlar a doença.
Dados do IDF revelam que mais de 5 milhões de pessoas morreram por causa do diabetes em 2013. Temos 382 milhões de portadores da doença sendo que a cada 6 segundos uma pessoa morre em decorrência do diabetes.
Diante desse panorama podemos nos sentir impotentes. Nesse momento cabe pensar sobre como, enquanto profissionais, interagimos com o paciente que chega até nós com um diagnóstico de diabetes. Será que um único profissional tem condição de abarcar toda demanda para que o paciente atinja e mantenha o controle da doença?
Talvez essa crença seja exatamente o que dificulta nossa atuação profissional. Não podemos imaginar que existe uma resposta simples para uma doença tão complexa que exige tanto de seu portador como de seus cuidadores. Ter essa consciência é o primeiro passo para nos organizarmos em relação ao tratamento do diabetes.
É muito comum que os profissionais tenham a expectativa de que a família participe dos cuidados do paciente com sua doença. A família comumente se envolve com o tratamento para o bom controle da doença o que pode constituir uma ajuda importante para o portador e profissionais, mas é importante que o paciente desenvolva autonomia em relação ao cuidado de sua doença e esta não seja o grande organizador das relações intrafamiliares, o que poderia levar o diabetes ou o diabético a serem os bodes expiatórios das dificuldades que as famílias encontram em seu caminho.
Cabe ao profissional de saúde ser o principal parceiro do paciente na jornada de conhecer sua doença e aprender a lidar com ela. Sendo o diabetes uma doença crônica, ou seja, “para sempre”, mesmo que tudo seja feito corretamente em determinado momento o tratamento vai necessitar de ajustes e este deve ser feito junto com os profissionais.
Um paciente que conheça bem sua doença e esteja apto a lidar com os desafios que seu autocuidado impõe será um grande aliado na prevenção de complicações, como também um agente multiplicador do conhecimento para outros diabéticos.
Para fazer frente a esses desafios acreditamos que o trabalho em equipe interdisciplinar apresenta os recursos necessários tanto para os profissionais como para os pacientes.
Entendemos que a atuação interdisciplinar difere em muito de uma atuação multidisciplinar. Na multidisciplinaridade cada profissional atende o paciente fazendo a contribuição da sua área para o tratamento do mesmo. Na interdisciplinaridade, os profissionais de cada disciplina o atendem em conjunto e trocam informações entre si com o intuito de definir o melhor tratamento.
Em equipe interdisciplinar os profissionais não se sentem sobrecarregados pela necessidade de adequar o tratamento do paciente a seu contexto social, cultural e familiar, pois cada membro da equipe faz isso durante suas intervenções. Essa postura onde os profissionais buscam criar um tratamento singular para cada paciente levando em conta as especificidades de sua doença, e de seu momento de vida, darão frutos a médio e longo prazo em relação à adesão ao tratamento, com melhor controle glicêmico e redução das complicações.
Para o paciente a equipe possibilita a ampliação de seu conhecimento frente à doença. Ver o envolvimento desta, seu empenho em promover as condições para que ele possa cuidar bem de sua doença, gera a motivação necessária para que ele realize os procedimentos necessários para seu cuidado, além de promover e fortalecer os vínculos criados com um ou mais profissionais da equipe.
Investir na construção do vínculo com o paciente nos permite convida-lo para uma participação ativa em relação à definição de seu tratamento desenvolvendo assim uma postura de corresponsabilidade em relação a este.
Levantar com o paciente seus horários de trabalho, refeição, sono, nos permite adequar a medicação a sua realidade. Saber dos seus hábitos alimentares, comidas prediletas, datas importantes nos permite adequar sua alimentação para um bom controle glicêmico. Entrar em contato com sua visão sobre o diabetes, quais seus receios e medos, saber do seu momento de vida atual, nos permite introduzir a informação necessária para seu autocuidado. Ensinar como tomar a medicação, medir a glicemia, cuidar dos pés ou aplicar a insulina possibilita prevenir o avanço da doença. Viabilizar a prática de atividade física ajuda a manter o controle glicêmico além de todos os benefícios do exercício (condicionamento muscular e cardiovascular), ou seja, o caminho para trabalhar com todas essas informações só é possível com a integração do médico, nutricionista, psicólogo, enfermeiro e educador físico em torno de um único objetivo: levar o paciente ao controle glicêmico respeitando seu estilo de vida.
Na equipe se torna possível mergulhar nas singularidades do paciente, trazendo uma riqueza de informações que possibilita a ampliação de nossa ação profissional. Para ampliar sua efetividade se faz necessária uma mudança de paradigma, o atendimento deixa de ser centrado na atuação médica ou na patologia e passa a ser centrado no paciente.
Nossas reflexões se dão a partir do trabalho num grupo que já realizou esta mudança de paradigma o que permite que o trabalho se dê num contexto privilegiado, seu modelo de atuação num formato intensivo possibilita agilizar a obtenção do controle glicêmico  facilitando  que o paciente se aproprie do conhecimento necessário e crie autonomia em relação ao cuidado com a doença.
Os casos citados abaixo são alguns exemplos de como considerar a realidade do paciente e como o fato de levar em conta o que é importante para ele constituem fatores fundamentais para sua adesão ao tratamento.

Homem, 55 anos, ortoptista, diabético há 13 anos.
Veio para o Grupo com quadro de hiperglicemia, uma glicemia média de 250, mesmo estando medicado. Em seu tratamento buscou- se inicialmente otimizar a medicação de que vinha fazendo uso mesmo assim apresentou pouca melhora, os resultados eram desanimadores.
Ao longo deste período as nutricionistas e a equipe de psicologia buscaram trabalhar com ele como melhorar sua alimentação e ter horários regulares, apesar das dificuldades que referia por ter uma vida muito corrida.
Se os resultados de sua glicemia tivessem sido os únicos organizadores da conduta ele teria começado a usar insulina. No entanto o fato do trabalho acontecer em equipe permitiu que os médicos esperassem pelo resultado das intervenções das outras áreas, e após a quarta semana o paciente atingiu o controle glicêmico.
O paciente compreendeu a necessidade de seguir a orientação alimentar que foi adequada sempre que possível às demandas de seu estilo de vida.
Menino, 14 anos, diabético tipo 1 há  10 anos.
Veio para o Grupo indicado por uma das médicas, havia acabado de sair de uma internação devido ao descontrole glicêmico, chegou a verbalizar que era melhor morrer do que viver assim, estava completamente indiferente aos cuidados com o diabetes, não realizava nenhum dos procedimentos, todos eram efetuados pela mãe, da medição a à  aplicação da insulina.
Sua mãe estava exausta e desesperada, há 10 anos vivia em função do diabetes do filho sem conseguir manter o controle glicêmico e extremamente irritada com a indiferença dele em relação ao autocuidado.
Ao longo do processo foi trabalhado o vínculo dos dois em relação a doença. Após a equipe ter treinado o paciente para a auto aplicação da insulina a mãe foi incentivada a delegar para ele a execução de todos os procedimentos, bem como a responsabilidade pela sua alimentação.
Nesse período a mãe recebeu suporte para tolerar a ansiedade do processo de transição e o menino foi sendo conscientizado dos benefícios da autonomia nos cuidados do diabetes.
Após 4 semanas o menino já realizava suas medições e aplicações da insulina, em 10 semanas o stress no vínculo havia diminuído. As manipulações realizadas através da alimentação e os ”prêmios” em função da doença foram desarticulados,  mãe e filho começaram a viver  as questões pertinentes  à adolescência.
Atualmente a mãe foi fazer faculdade incentivada pelo filho, se veem algumas horas por dia:
“...Nunca imaginei que estaria sentada num banco de faculdade, na minha família nós olhávamos pro V como alguém com uma doença incurável e isso mudou”
Hoje o menino tem um comportamento e a energia equivalente a sua idade, consegue perceber que chegou ao Grupo infantilizado e hoje é dono de si mesmo.
Tanto para o paciente, quanto para a equipe o trabalho interdisciplinar possibilita um acesso mais rápido aos resultados esperados. A troca entre profissionais além de promover um conhecimento sobre as diversas áreas, possibilita a cada um ampliar seu repertório de atuação junto aos pacientes. .
“ Hoje não consigo mais entender como um médico consegue atender pacientes diabéticos sem equipe”
“Quando eu assisto um atendimento em outro hospital eu penso: - não consigo mais atender assim”
“Meu trabalho aqui é muito mais fácil, com a intervenção da equipe o paciente vê o resultado e minhas falas ficam muito mais efetivas”.
Esperamos que este texto possa contribuir com os profissionais em seus contextos de atuação e traga benefícios para todos os envolvidos no sistema de cuidado do diabetes.

Diretrizes de 2017 da sociedade americana de endocrinologia para a obesidade infantil

A Sociedade Americana de Endocrinologia acaba de liberar as Diretrizes para o diagnóstico e tratamento da Obesidade Infantil. O documento anterior era de 2009. A obesidade infantil permanece sendo um problema muito importante na saúde dos americanos, pois 17 % das crianças e dos adolescentes estão obesas.
A boa nova é que a obesidade infantil ficou estável nos últimos anos. A má notícia é que aumentou o número de crianças com quadros graves de obesidade. A chamada obesidade extrema.
As crianças acima de 2 anos, são consideradas obesas quando tem um IMC acima do percentil 95% ou acima de 35 kg/m2, dependendo da raça. Crianças com estes níveis de obesidade devem ser investigadas sobre a presenças de outras patologias como diabetes, dislipidemia e hipertensão. As crianças que ficarem obesas muito cedo deverão ser submetidas a testes genéticos procurando as causas raras de obesidade.
Quanto ao tratamento, as mudanças no estilo de vida continuam sendo a principal recomendação. Os tratamentos com cirurgia bariátrica não são recomendados em crianças abaixo de 12 anos e devem ser considerados como último recurso.
A carga de atividade física recomendada é de pelo menos 20 minutos por dia – idealmente deveria ser 60 minutos – de um forte exercício 5 vezes por semana. As horas-tela não devem ultrapassar 2 horas/dia.
Os tratamentos com medicações não devem ser aconselhados antes dos 16 anos e por fim lembra que a abordagem nutricional da família é de fundamental importância.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Maminha ao molho de ervas

Rendimento: 10 porções
Ingredientes
1 maminha em peça
1 colher (chá) de sal 
2 dentes de alho amassados
1 colher (sopa) de azeite de oliva
Molho
2 colheres (sopa) de manjericão
2 colheres (sopa) de salsa
2 colheres (sopa) de tomilho
1 xícara (chá) de caldo de legumes 
1 colher (sobremesa) de amido de milho
½ embalagem de creme de leite light
Preparo
Tempere a maminha com o sal e o alho. Aqueça o azeite em uma panela de pressão e doure a carne de todos os lados. Acrescente um pouco de água e leve ao fofo por cerca de 20 minutos. Retire, espere sair a pressão e corte a carne em fatias.
Molho: Bata as ervas, o caldo de legumes e o amido no liquidificador. Despeje em uma panela e leve ao fogo até engrossar. Retire, acrescente o creme de leite, misture e sirva sobre a carne fatiada.

Informações nutricionais
1 porção = 1 fatia = 65g
Calorias 193
Proteínas 21,8 g
Carboidratos 1,7 g
Gorduras totais 11 g
Gordura saturada 5,2 g
Colesterol 59 mg
Fibras 0,1 g
Sódio 153 mg
Revista Sabor & Vida Diabéticos, Edição 71, 2012

Existe relação entre diabetes, obesidade e depressão?

A depressão é, sem dúvida alguma, um dos males do século XXI. Somente nas últimas décadas foi documentado um aumento expressivo na quantidade de pessoas acometidas por ela.
Para termos uma ideia, no Brasil estima-se por pesquisas que 10% da população já apresentou algum episódio depressivo maior em um período de 1 ano.
A obesidade, por sua vez, também é considerada um dos males deste século. A projeção mais otimista indica que em 2025 cerca de 20% da população brasileira apresentará obesidade.
Já o Diabetes não fica atrás, segundos as estimativas do Ministério da Saúde, 6,2% da população adulta brasileira é portadora da doença.
Três doenças, um elo em comum: aproximadamente 30% das pessoas que procuram tratamento para emagrecer apresentam depressão, e quem está acima do peso tem 3 vezes mais chances de desenvolver depressão ao longo da vida. Além disso, pessoas com Diabetes tem o dobro de chances de apresentaram depressão. E o ponto principal que poderia ligar estas três doenças seria o acúmulo de gordura.
As células de gordura e sua relação com todo o funcionamento do nosso organismo é um assunto que, ao ser estudado, tem nos ajudado a entender melhor porque muitas doenças podem acontecer em conjunto com outras.
O excesso de peso leva a um aumento da produção de insulina pelo nosso pâncreas. A partir daí, este excesso pode ocasionar o que chamamos de resistência insulínica, que é uma situação em que apesar do organismo ter uma quantidade maior de insulina, ela não funciona de forma adequada, como se ficasse mais fraca.
O ambiente gerado pelo ganho de peso e pela resistência insulínica leva a um estado de inflamação no organismo. Aqui, a célula de gordura quando está sobrecarregada (com muita gordura dentro dela) produz substâncias inflamatórias que causam o que chamamos de ambiente inflamatório. O desenvolvimento do Diabetes também pode ocorrer como resultado deste processo, e o que tem se demonstrado é que a depressão também.
No entanto, há ainda inúmeros mecanismos a serem elucidados. Um deles, por exemplo, é sobre o ganho de peso. Ainda não está claro se é a depressão que leva ao ganho de peso ou se acontece o contrário. Mas a questão precisa ser encarada dos dois lados. Tanto a pessoa com depressão que procura o psiquiatra deve avaliada buscando fatores de ganho de peso e risco de Diabetes como aquela pessoa que esteja em acompanhamento endocrinológico deverá ser perguntada sobre sintomas depressivos.
Sabendo disso, o mais importante é certamente a informação. Quanto mais sabemos das possibilidades, mais ficamos próximos de diagnosticar e tratar. Depressão, diabetes e obesidade são 3 doenças com tratamento e nossos esforços são para que elas sejam identificadas de forma mais precoce possível.

Referências bibliográficas:

Um alerta importante sobre dietas radicais

Nem tudo que reluz é ouro: Seja você diabético ou não, na hora de perder peso, evite as dietas radicais.
A cada ano surgem muitas dietas da moda prometendo perda de peso rápida e em pouco tempo. Quem nunca pensou em seguir uma dieta mais radical para perder peso de forma rápida? Seja para uma ocasião especial ou pela ansiedade de chegar ao peso desejado, muitas pessoas tem iniciado dietas que podem levar à consequências graves à saúde.
Antes de tudo é importante entender a diferença entre perder peso e emagrecer, pois nem sempre perder peso significa realmente emagrecer. Emagrecer é quando conseguimos reduzir o percentual e a quantidade de gordura no nosso organismo. Mas, quando os ponteiros da balança caem, 3 coisas podem estar acontecendo: ou você está perdendo gordura, ou perdendo músculos ou ainda, perdendo apenas líquidos.
O ideal é que, ao fazer dieta, possamos perder vários quilos de gordura, poupando a massa muscular para então melhorar o metabolismo. Para isso, o correto é, além de corrigir a alimentação, também praticar exercícios físicos para estimular os músculos.
No entanto, quando uma pessoa faz uma dieta restrita e deixa de comer muitos nutrientes essenciais, o corpo passa a usar a massa muscular como fonte de energia. Além disso, em muitas dietas, as pessoas não consomem de forma adequada vitaminas e sais minerais que são essenciais ao equilíbrio do nosso organismo. A falta desses minerais, como sódio, potássio, cálcio e magnésio pode muitas vezes levar a problemas nos intestinos como cólicas intestinais, vômitos, diarreia e até arritmias cardíacas graves. Outras dietas em que as pessoas consomem grande quantidade de proteína sem o consumo adequado de água podem ocasionar desde a sobrecarga nos rins até mesmo convulsões em casos muito extremos.
Outra complicação da perda de peso muito rápida é o temido efeito sanfona. A redução drástica de peso leva o nosso organismo a produzir diversos hormônios que estimulam a fome, fazendo com que a pessoa compense o período de restrição alimentar com uma alimentação maior, até mesmo sem perceber e aumentando o peso rapidamente como consequência. Além do mais, dietas muito radicais raramente são seguidas por muito tempo, pois são muito difíceis de manter.
Aqui fica a dica: e reeducação alimentar deve estar sempre em primeiro lugar. Mesmo a perda de peso sendo mais lenta do que nas dietas radicais, a mudança de hábitos com a diminuição do consumo de alimentos altamente calóricos (massas, refrigerantes e açúcares refinados) gera benefícios no organismo como um todo. Uma alimentação equilibrada evita o desenvolvimento de quadros de anemia e desnutrição e regula a imunidade.
Para os Diabéticos a reeducação alimentar faz parte do tratamento e para aqueles que estão acima do peso, melhorar os hábitos pode evitar aparecimento do diabetes. Lembre-se que saúde e bem-estar não devem ser colocados em risco, pense nisso!

Fonte: http://www.diabetes.org.br/publico/diabetes-em-debate/1479-um-alerta-importante-sobre-dietas-radicais

Técnica inadequada de aplicação de insulina pode levar à lipo-hipertrofia

O que é lipo-hipertrofia?
A lipo-hipertrofia é um acúmulo anormal de gordura sob a superfície da pele. É mais comumente observada em pessoas que recebem múltiplas injeções diárias de insulina, o que pode causar o aparecimento de “caroços” no subcutâneo, geralmente ocorrendo no abdómen ou nas coxas, dependendo de onde as aplicações de insulina ocorrem com maior frequência. Essas alterações apresentam tamanhos e volumes variáveis, desde nódulos de alguns milímetros até vários centímetros de diâmetro.
O aspecto mais importante dessa alteração é que ela pode interferir na eficácia da terapia insulínica, uma vez que quando a insulina é aplicada nessa massa de tecido gorduroso, pode apresentar um retardo significativo na absorção de insulina, levando o paciente a picos de hiperglicemia. Mais tarde, esse retardo pode levar a uma redução perigosamente baixa dos níveis sanguíneos de glicose, uma vez que a absorção de insulina e a consequente liberação para a corrente sanguínea fica prejudicada num primeiro momento após a injeção e, depois, toda a insulina é liberada mais rapidamente, levando à situação oposta de hipoglicemia. Em resumo, a presença de lipo-hipertrofia pode tornar o gerenciamento glicêmico do diabetes bastante mais difícil.
Outro aspecto importante é que metade das pessoas com diabetes tipo 1 (DM1) apresentam lipo-hipertrofia que se desenvolve dentro de dois anos após o início da terapia insulínica, provavelmente porque a má técnica de injeção é que leva a essa complicação do diabetes.
A figura 1 mostra as lesões de lipo-hipertrofia, ressaltando a variabilidade no tamanho dos nódulos gordurosos do tecido subcutâneo.
                                     Figura 1 – Nódulos de lipo-hipertrofia
Prevenindo a lipo-hipertrofia
Em princípio, a principal causa da lipo-hipertrofia é a utilização do mesmo local para a aplicação de várias doses diárias de insulina. Entretanto, pode haver outros fatores contribuintes para essa alteração, dentre os quais um dos mais importantes fatores de risco está relacionado ao reuso da agulha por várias vezes, quando a recomendação correta seria a utilização de uma agulha nova para cada aplicação.
A rotatividade dos locais de injeção deve ser obedecida. É necessário evitar injeções no mesmo local durante pelo menos duas semanas. Quando injetando em local próximo ao local anterior, deixe uma distância de aproximadamente dois dedos entre uma injeção e outra. Também é importante salientar que a absorção de insulina ocorre em diferentes taxas, dependendo de onde ela é injetada: em geral, o abdome absorve a insulina injetada mais rapidamente, enquanto que as nádegas promovem uma taxa mais baixa de absorção da insulina.
Recomenda-se uma inspeção rotineira dos locais de injeção com o objetivo de se detectar sinais mais precoces de lipo-hipertrofia. Os nódulos podem ser suficientemente pequenos para serem detectados através da palpação cuidadosa da superfície cutânea nos locais de injeção. Com frequência, a área sob a qual exista um nódulo de lipo-hipertrofia se torna menos sensível ao tato, o que acaba tornando a injeção nesses locais um pouco menos dolorosa. Com isso, o paciente acaba selecionando esses locais específicos para aplicar a insulina, acelerando a progressão do tamanho do nódulo.
Como tratar a lipo-hipertrofia?
A boa notícia é que, no decorrer do tempo, os nódulos tornam-se progressivamente menores, sem necessidade de qualquer tratamento adicional, desde que a injeção nesses locais seja feita de acordo com as recomendações para a rotatividade dos locais de injeção. Nos casos mais graves de lipo-hipertrofia, a lipossucção é um processo que remove o nódulo gorduroso que existe sob a pele, mas ainda é um procedimento eficaz para a exclusão definitiva de nódulos grandes nos casos mais graves. A figura 2 mostra uma manifestação bastante pronunciada de lipo-hipertrofia.
Figura 2 – Um caso de manifestação bastante pronunciada de lipo-hipertrofia nas coxas.
Resumo das conclusões e recomendações
A lipo-hipertrofia é uma complicação bastante importante do diabetes, estando primariamente relacionada à aplicação de várias injeções diárias de insulina, principalmente no diabetes tipo 1, onde a frequência de aplicações é costumeiramente mais expressiva. Entretanto, ela também ocorre no diabetes tipo 2, embora com menor frequência. 
Outro grande fator de risco para a lipo-hipertrofia é o reuso abusivo da mesma agulha para a aplicação de várias injeções de insulina, quando a recomendação correta é a de se utilizar uma agulha nova para cada injeção.

Referência bibliográfica:
Pietrangelo A. Lipohypertrophy: Pictures and Treatment Options. Healthline 2014. Publicado em 26 de agosto de 2014. Disponível em: http://www.healthline.com/health/diabetes/lipohypertrophy. Acesso em: 14 de abril de 2015.