quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Mais de 10% de pacientes cardíacos podem apresentar diabetes não diagnosticado

De acordo com uma nova pesquisa da American Heart Association, mais de 10% dos pacientes que sofreram um ataque cardíaco podem apresentar diabetes não diagnosticado. Os pesquisadores avaliaram os dados de 2.854 pacientes com ataque cardíaco que não apresentavam um diagnóstico prévio de diabetes, atendidos em 24 hospitais americanos. Esse estudo foi conduzido com o objetivo de compreender e avaliar a prevalência e o reconhecimento de diabetes não diagnosticado nessa categoria de pacientes.
Dentre os pacientes selecionados, 287 (10,1%) apresentavam diabetes recentemente diagnosticado com base nos resultados do teste de A1C durante o tratamento da patologia cardíaca. Os resultados foram ainda mais preocupantes na medida em que outros achados de grande significância foram detectados:
• Menos de 1/3 desses 287 pacientes receberam educação em diabetes ou medicação específica no 
momento da alta hospitalar.
• Os médicos não conseguiram reconhecer o diabetes em 198 (69%) dos pacientes previamente não diagnosticados. Esses médicos teriam uma chance 17 vezes maior de constatar a presença de diabetes nesses pacientes se eles tivessem simplesmente checado os resultados dos testes de A1C durante o evento cardíaco.
• Seis meses após a alta, menos de 7% dos pacientes não diagnosticados como portadores de diabetes durante a hospitalização tinham efetivamente iniciado um tratamento adequado para o diabetes, em comparação a 71% dos pacientes cujo diagnóstico de diabetes foi constatado em tempo hábil.
O mau controle do diabetes aumenta significativamente o risco de ataques cardíacos. Duas entre três pessoas com diabetes morrem de doença cardiovascular, de acordo com a American Heart Association. Os autores concluíram afirmando que o diagnóstico do diabetes em pacientes que se apresentam com ataque cardíaco é um requisito fundamental do processo diagnóstico, em função do papel desempenhado pelo diabetes na patologia cardiovascular.
Ao reconhecer e tratar precocemente o diabetes, pode-se prevenir complicações cardiovasculares 
adicionais através de uma abordagem dietética, acompanhada de perda de peso corpóreo e de alterações no estilo de vida, em complementação ao tratamento medicamentoso.

Fonte: http://www.diabetes.org.br/ultimas/mais-de-10-de-pacientes-cardiacos-podem-apresentar-diabetes-nao-diagnosticado

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Insulina no Diabetes Mellitus Tipo 2: Dez Razões para não ter medo

Quando falamos de diabetes mellitus, o tipo 2 é disparado o mais comum. No início do quadro, o diabetes tipo 2 pode ser tratado com mudanças no estilo de vida, como alimentação adequada, exercícios físicos e perda de peso, associadas ou não a medicamentos por via oral, principalmente. Contudo, grande parte dos pacientes diabéticos tipo 2 precisarão fazer uso de insulina em algum momento. Isso não é motivo para pânico, conforme veremos a seguir nos dez “medos” mais comuns.
Medo 1: A injeção de insulina dói.
Hoje temos disponíveis no mercado, seringas e canetas com agulhas extremamente finas e curtas. Com esses dispositivos e com uma técnica de aplicação adequada, o desconforto causado pela picada é mínimo.
Medo 2: Começar insulina é sinal de que o diabetes está piorando.
O diabetes é uma doença crônica e progressiva, isto é, não tem cura e piora lentamente com o tempo. Contudo, o uso da insulina visa justamente conter a progressão das complicações do diabetes como cegueira, problemas renais e amputações. Logo, não iniciar a insulina no momento oportuno é que pode piorar o diabetes.
Medo 3: Usar insulina é sinal de que o tratamento com outros medicamentos não foi feito corretamente.
Independente de se ter usado corretamente a medicação, o diabetes pode progredir. Isto acontece porque as células beta do pâncreas, que produzem insulina, perdem função a medida que o tempo passa.
Medo 4: Insulina causa hipoglicemias.
A insulina pode fazer a glicose baixar demais e isso causar sintomas desconfortáveis. Mas felizmente, pacientes que seguem as recomendações alimentares e fazem corretamente o monitoramento da glicemia na ponta do dedo, não costumam ter crises de queda de glicose. Além disso, a hipoglicemia pode ser prontamente revertida com tratamento apropriado.
Medo 5: O uso da insulina atrapalha a rotina diária.
Hoje, com canetas pequenas e fáceis de carregar, usar insulina pode ser até mais simples do que ter que tomar vários comprimidos diferentes por dia.
Medo 6: A insulina diminui a qualidade de vida.
Na realidade, a insulina melhora muito a qualidade de vida, já que com o melhor controle da glicemia, a sensação de energia e bem-estar é maior. Até o sono melhora!
Medo 7: O uso de insulina causa complicações no diabético.
Aqui chegamos a um ponto interessante. Muitos pacientes, por preconceito ou por desconhecimento, acabam demorando demais a receber tratamento com insulina. Neste tempo, as complicações do diabetes se instalam. Quando a insulina é iniciada atrasada, o paciente e familiares tem a impressão de que as complicações se associaram ao uso desta, quando na verdade, foram causadas pelo tratamento inapropriado. Isto é, a demora no início da terapia com insulina é que causa complicações.
Medo 8: Usuários de insulina são tratados com preconceito ou de maneira diferente.
A maneira com um paciente diabético é tratado por familiares e amigos é melhor quanto maior for o conhecimento e o diálogo com estas pessoas. Falar abertamente ajuda a esclarecer dúvidas daqueles que não conhecem a doença.
Medo 9: Insulina engorda.
Comida e falta de atividade física engordam. Apesar do uso de insulina se associar a ganho de peso, quando a alimentação e exercícios são colocados na rotina, esse efeito indesejável pode ser minimizado.
Medo 10: Existem tratamentos mais naturais para o diabetes.
Insulina é o tratamento mais natural para o diabetes, já que nada mais é do que a reposição de um hormônio que o organismo normalmente produz e que está em falta absoluta ou relativa.
Adaptado de  UpToDate OnLine
Fonte: SBD
Notícia publicada em: 03.11.2014
Autor: Dr. Mateus Dornelles Severo

Alimentos Funcionais na Prevenção de Doenças

O crescimento da preocupação para aumentar a expectativa de vida  tem conduzido a vários estudos sobre nutrição, especialmente no que diz respeito aos alimentos e seus efeitos sobre o corpo humano para melhorar, a qualidade de vida, proteção de órgãos e tecidos, manutenção das reações básicas, entre outros.
A alimentação é o principal fator na prevenção de doenças e melhorar a saúde. Previne e controla vários tipos de  Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como Diabetes, Hipertensão, Câncer e Doenças Cardíacas.
Vários estudos tem sido realizados para provar as propriedades benéficas de certos alimentos frente à diminuição da resistência, por diarreias devido ao desiquilíbrio da flora microbiótica, enfermidades inflamatórias do intestino, eczema atópico entre outros,  esses alimentos são chamados  Funcionais.
O mercado de alimentos funcionais está crescendo em todo o mundo e tem sido buscado constantemente novos ingredientes e produtos inovadores com características funcionais, tecnológicas e fisiológicas.
De acordo com a ANVISA -Agência Nacional de Vigilância Sanitária - propriedade funcional é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano.Um bom exemplo são os chamados Probióticos e Prebióticos, que ajudam o intestino a funcionar melhor. O termo Probiótico significa “favorável à vida”.Para que o organismo funcione ainda melhor, o ideal é unir os Probióticos aos Prebióticos, e esta associação é denominada Simbiótica, e o consumo destes alimentos deve ser estimulado.
Prebióticos e Probióticos : como agem e onde encontrá-los.
Prebióticos: pela Legislação Brasileira são definidos como todo ingrediente alimentar não digerível, alguns tipos de fibras alimentares - carboidratos- que afetam de maneira benéfica o organismo por estimular seletivamente o crescimento ou atividade de um número limitado de bactérias Probióticas no intestino, beneficiando a saúde.Os Prebióticos apresentam substâncias que modificam a composição da microbiota intestinal de tal forma que se tornam predominantes os microrganismos com potencial de promoção de saúde. Possuem uma configuração molecular que os torna resistentes à ação de enzimas.
Benefícios dos Prebióticos:
• Ajudam na manutenção da flora intestinal
• Estimulam o crescimento das bifidobactérias (responsáveis por suprimir a atividade de bactérias putrefativas, ou seja, que podem formar substâncias tóxicas)
• Facilitam o trânsito intestinal
• Contribuem com a consistência normal das fezes (prevenindo a diarreia e a constipação por alterarem a microflora colônica por uma microflora saudável)
• Colaboram para que somente sejam absorvidas pelo intestino as substâncias necessárias eliminando assim o excesso de glicose (açúcar) e colesterol, favorecendo, então a diminuição do colesterol e triglicérides totais no sangue; e aumentam a absorção de minerais como cálcio, ferro, zinco e magnésio.
Fontes de Prebióticos:
1. Os Frutooligosacarídeos ( FOS ), estão concentrados em alimentos de origem vegetal tais como: cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, mel.
2. A Inulina , um polímetro da glicose está presente principalmente na raiz da chicória, e está também presente no alho, na cebola, no aspargo e na alcachofra. A inulina extraída da chicória é produzida comercialmente e pode ser consumida por diabéticos como substituto do açúcar e contém de 1 a 2 kcal/g.
3. A pectina, encontrada em frutas cítricas, maças, cenoura, farelo de aveia, soja, lentilha e ervilha
Probióticos, são microorganismos que, quando ingeridos, exercem efeitos benéficos para a saúde.
Esses microorganismos são adicionados aos alimentos ou ingeridos sob formulações farmacêuticas, contêm bactérias que têm como objetivo atuar no trato gastrointestinal, ajudando a manter a flora intestinal saudável. Isto ocorre porque o intestino concentra cerca de 70% das nossas células de defesa, e ele tanto pode receber nutrientes saudáveis quanto nocivos à saúde. Assim, quando a bactéria instalada no intestino for um Probiótico, o organismo vai identificá-lo como um micro-organismo benéfico, e não serão ativadas células para rejeitá-lo. Mas, se, por outro lado, a bactéria for uma Salmonella, aí ela será identificada como uma bactéria patogênica, ou seja, maléfica à saúde.
Estes microorganismos  agem produzindo compostos como as citoquinas e o ácido butírico que são antimicrobianos e antibacterianos, ou seja, favorecem a presença de bactérias benéficas ao organismo e diminuem a concentração de bactérias e microorganismos indesejáveis.
Benefícios dos Probióticos:
• Mantem o equilíbrio da microbiota intestinal em casos de diarréia, constipação intestinal, síndrome do intestino irritável, reto colite ulcerativa
• Fortalecem o sistema imunológico, através de uma maior produção de células protetoras
• Inibem o desenvolvimento de microrganismos patogênicos e putrefativos
• Previnem infecções urogenitais e vaginais
• Auxiliam na redução do colesterol
• Auxiliam na redução da pressão arterial
• Reduzem a intolerância à lactose devido ao aumento de uma enzima que facilita a digestão da lactose
• Impedem a reabsorção de compostos aminados indesejáveis
• Ajudam na recuperação mais rápida nas crises da Doença de Crohn: devido a melhora da permeabilidade intestinal
• Favorecem a absorção de cálcio , ferro e vitaminas (B12, ácido fólico, tiamina, etc.)
• Apresentam atividade antimutagênica
Fontes de Probióticos
Os  Probióticos mais conhecidos que exercem essa função são as bactéricas Bifidobacterium e Lactobacillus, em especial Lactobacillus acidophillus. A  indústria leiteira é realmente o foco da atenção pela disponibilidade dos seus produtos, especialmente  os iogurtes , leites fermentados e bebidas lácteas tem sido as principais fontes desses microorganismos, mas já existem alguns  suplementos nutricionais com eles enriquecidos.
A Food News Latam, em nota publicada em outubro de 2014 , anunciou o início da produção de queijos com a adição do Probiótico Lactobacillus casei BGP 93 , e mostrou que o queijo Petit-Suisse ser um bom veículo para a adição de microorganismos  probióticos.Além dos produtos lácteos , derivados da soja tem se revelado veículos apropriados de culturas Probióticas. Além desses, outros alimentos têm o mesmo potencial e já estão sendo devidamente estudados tais como: maionese, carnes, patês, extratos de sementes vegetais e peixes.
O nutrólogo Gabriel Araújo pondera que é importante ler a bula desses produtos para se certificar sobre a presença dos Probióticos e, em caso positivo, saber quais deles estão disponíveis.  As doses benéficas para a saúde devem corresponder a pelo menos 10 milhões de bactérias dos grupos bifidobactérias ou lactobacilos.
Uso de Probiótico e a Autoimunidade da Ilhota em crianças
A microbiota intestinal desempenha um papel importante no aumento do sistema imune e excluindo a competição com patógenos .
Estudos anteriores demonstraram que a disbiose na microbiota intestinal e na barreira intestinal pode estar associada com o Diabetes Tipo 1 em seres humanos e animais.
Em um estudo apresentado em 2014 no encontro da  Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD) a Dra. Ulla Uusitalo da University of South Florida, Tampa e colaboradores avaliaram 8.502 crianças com Diabetes Tipo 1, desde os determinantes ambientais da Diabetes no Jovem ( TEDDY) para determinar a associação entre o uso precoce de Probióticos e a autoimunidade da ilhota (IA).
IA foi definida como a presença de um ou mais anticorpos de ilhotas - GADA, IAA ou IA-2A - confirmados em duas consultas consecutivas.
Introdução de Probióticos na forma de um suplemento ou fórmula infantil contendo Probiótico foi classificada como:
1. Introdução precoce (com a idade inferior a  meses),
2. Introdução tardia (com a idade igual ou superior a 3 meses) ,
3. De introdução ( não foi introduzido durante os primeiros 12 meses).
Os resultados do estudo revelaram que a Introdução Precoce de Probióticos foi mais comum na Finlândia (35,9%), seguida pela Alemanha (24%), Suécia (11,6%) e os EUA (2,2%).Além isso, foi associada à redução do risco de IA, comparado com a Introdução Tardia  ou de Introdução (HR 0,62, 95% CI 0,45-0,84, P = 0,0018).Segundo os pesquisadores, os dados deste estudo sugerem que pode reduzir o risco de IA em crianças que estão em risco genético elevado de Diabetes Tipo 1."
Probióticos poderiam atuar Contra Obesidade e Diabetes
De acordo com um novo estudo realizado no Instituto Nacional de Saúde, a ingestão diária do VSL # 3 produto Probiótico comercial levou a um nível aumentado de butirato, que, por sua vez, aumentou a liberação de um hormônio do apetite suprimindo o chamado GLP-1.
Este resultado, levou a redução do consumo de alimentos e aumento de tolerância à glucose em ratos. (H. Yadav, JH Lee, J. Lloyd, P. Walter, SG Rane, The Journal of Biological Chemistry)Hariom Yadav, PhD, do Instituto Nacional de Diabetes e Digestivo e doença renal, afirmou : "O novo achado deste estudo é que VSL # 3 pode aumentar a produção de butirato no intestino. Estamos agora desenvolvendo espécies  individuais que podem produzir maiores níveis de butirato, e podem ser usados para o desenvolvimento de novos alimentos funcionais ou formulações médicas para os obesos e diabéticos”.
O produto VSL # 3 é produzido pela indústria farmacêutica Sigma Tau e fornece uma maior quantidade de bactérias benéficas in vivo do que qualquer outro Probiótico no mundo. Ele contém uma combinação de oito diferentes espécies  bacterianas e está disponível em 4 diferentes formulações que possuem até 450 mil milhões de bactérias vivas.
O estudo dividiu ratos de laboratório em grupos com dieta com baixo teor e  alto teor de gordura, com e sem consumo do Probiótico  VSL # 3 por 8 semanas. Os ratos que consumiram VSL # 3 apresentaram menor deposição de gordura, mas o mais importante, apresentaram níveis mais baixos de glicose no sangue, com maior tolerância à glicose e à insulina. Fatores metabólicos gerais também foram melhorados.
Os autores concluem : "A possibilidade da suplementação dietética com  Probióticos pode modificar a flora intestinal, levando a alterações nos níveis de ácidos graxos de cadeia curta que promovem a liberação de hormônios como GLP1.Este achado estimulará a pesquisa a buscar e compreender o mecanismo de ação de outro benefícios dos Probióticos.