quarta-feira, 13 de maio de 2015

A dúvida é frequente: qual óleo devo escolher para cozinhar?


Saiba que dependendo da preparação alguns são mais recomendados que outros; seja por suas propriedades ou pelo sabor que agregam aos pratos.
Os óleos vegetais são uma excelente fonte de ácidos graxos essenciais, principalmente de ômega-6, apresentando quantidades variáveis de ômega-9 e ômega-3.
Conheçam os tipos mais consumidos:
• Óleo de soja: é o mais consumido. Resiste ao aquecimento e é muito utilizado em frituras, pois possui ponto de fumaça entre 227 a 232ºC.
• Óleo de canola: tem grande concentração de gordura monoinsaturada (é o que mais se assemelha ao azeite) e a menor concentração de gordura saturada. Seu ponto de fumaça varia de 224 a 230ºC o que permite sua utilização em frituras. 
• Óleo de milho: É ideal para preparo de massas, bolos e doces. Seu ponto de fumaça esta entre 204 e 232ºC. 
• Óleo de girassol: é um dos mais resistentes a altas temperaturas, seu ponto de fumaça está entre 227 e 232ºC. Não altera o sabor dos alimentos e pode ser utilizado em qualquer tipo de preparação.
• Azeite: é o mais saboroso e quanto menor sua acidez, melhor sua qualidade. Apesar de ter o ponto de fumaça entre 210 e 238ºC suas propriedades benéficas podem se perder em altas temperaturas, portanto, é ideal para utilização em refogados, assados ou adicionados ao final das preparações.
Dica: Como as propriedades dos óleos são distintas, que tal alternar os tipos para o preparo?

Fonte: Ganepão Educação

Diabetes tipo 2 tem cura?

 


O diabetes é uma doença que afeta cerca de 14 milhões de Brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes. E, além de ser muito comum, suas complicações são bastante temidas: amputações, hemodiálise ou perda da visão, além de infartos ou derrames. Diante da gravidade do problema, é natural que busquemos incessantemente a cura da diabetes. Mas será que realmente a diabetes tem cura?
Quando analisamos pela óptica da medicina, na realidade, o diabetes não tem cura. O que pode acontecer é que a pessoa passe a apresentar, durante ou depois de um tratamento, níveis controlados de açúcar no seu sangue, que podem até serem níveis normais. Mas, uma vez que a pessoa já foi diagnosticada com diabetes, ela será sempre diabética, bem controlada, mas terá que ter os cuidados e monitoramento regulares.
Muitas vezes, fala-se em cura do diabetes quando, no caso do diabetes tipo 2, se a pessoa desenvolve a doença devido ao aumento de peso e ela emagrece, os níveis de açúcar se normalizam, e isto muitas vezes é visto como cura. Aqui, é importante entendermos que o que acontece na verdade é um bom controle da doença, mas caso a pessoa volte a ganhar peso, muito provavelmente a doença voltará a dar sinais nos exames de sangue.
Além disso, o corpo sente em longo prazo os efeitos do açúcar elevado na corrente sanguínea, mesmo que este aumento seja por um período curto de tempo. Se uma pessoa teve o diagnóstico de diabetes e mudou seus hábitos, normalizando as taxas de açúcar em cerca de 3 meses, por exemplo, mesmo assim o seu corpo sentirá os efeitos desta descompensação no futuro, é a chamada memória metabólica do organismo.
Dessa forma, mesmo que o paciente diabético esteja com suas taxas de açúcar normais e não esteja tomando nenhum medicamento, os exames de rotina anuais como fundo de olho para avaliar a retina, microalbuminúria para avaliar o rim, controle da pressão e colesterol devem ser feitos.
Atualmente novas técnicas de transplante de pâncreas ou das ilhotas pancreáticas – que são as estruturas que produzem insulina – podem ser usadas para o tratamento do paciente diabético tipo 1, e menos comumente nos tipo 2. E mesmo assim, neste caso, com a total normalização dos níveis de glicose no sangue, o acompanhamento nos anos seguintes com os exames importantes para o diabetes deverá continuar a ser feito.
Muito também tem se falado sobre a cirurgia bariátrica promover a cura do diabetes. E aqui o raciocínio é o mesmo da perda de peso. Mesmo que um paciente diabético tipo 2 se submeta a cirurgia e pare de usar medicamentos, se seus níveis de açúcar ficarem normais, mesmo assim ele ainda, a rigor, continuará sendo diabético – bem controlado, mas diabético. Nestes casos os especialistas chamam de remissão da doença e não de cura.
Então, devemos desanimar? Claro que não! Na prática, para a qualidade de vida do paciente, a remissão do diabetes é tudo que um médico deseja para seu paciente. Quanto mais os níveis de glicose forem normais no sangue, menos complicações e maior qualidade de vida.

Diabetes, nutrição e sarcopenia

A sarcopenia é caracterizada pela perda progressiva da massa, força e/ou função muscular e está comumente associada ao processo de envelhecimento. Sua etiologia é multifatorial, sendo a alteração da síntese de proteínas, a proteólise, a redução da integridade neuromuscular e o aumento do processo inflamatório, alguns dos determinantes do aparecimento e da progressão desta condição clínica.
A má nutrição e o sedentarismo podem agravar o quadro, em especial em idosos com diabetes tipo 2. Os mecanismos envolvidos ainda não estão totalmente esclarecidos, mas diversos estudos têm identificado um maior declínio da massa muscular em idosos com diabetes, quando comparados com idosos sem a patologia.
Diversas estratégias nutricionais têm sido pesquisadas visando a promoção do anabolismo protéico e a prevenção da redução da massa muscular. Dentre elas, a adequação calórico-protéica da alimentação, somada em especial ao exercício resistido, tem sido a mais promissora.
Destaca-se que, além do aumento do tecido adiposo e da redução da massa muscular decorrentes do envelhecimento, outras alterações fisiológicas podem comprometer o estado nutricional desses indivíduos, tais como a diminuição da função gastrintestinal e da percepção sensorial (paladar, olfato, visão, audição e tato), associadas ou não à inabilidade física para aquisição e preparo das refeições.  Podem também ocorrer alterações no processo mastigatório, disfagia e a presença de doenças que interferem no apetite, no consumo e também, na absorção dos nutrientes.
Além do suporte calórico-protéico, outras abordagens alimentares na sarcopenia têm sido estudadas. É o caso da suplementação de leucina, vitamina D e creatina, conforme descrito a seguir:
Leucina
A leucina é um aminoácido de cadeia ramificada que tem sido considerado um farmaconutriente na prevenção e tratamento de diversas situações clínicas, como a sarcopenia e o diabetes tipo 2. Com a capacidade de inibir a proteólise e estimular a síntese proteica pela modulação de elementos que atuam na tradução da via de sinalização da insulina, a suplementação desse aminoácido tem sido estudada como estratégia no tratamento da sarcopenia.
Estudos recentes realizados em humanos, demonstraram que a co-ingestão de proteína hidrolisada e leucina em cada refeição principal melhora o controle glicêmico, atenuando a hiperglicemia pós-prandial em indivíduos com diabetes tipo 218. Em contrapartida, em estudo recente que avaliou a suplementação de leucina por 6 meses em 60 idosos com diabetes tipo 2, (dosagem de 2,5g - 3 vezes ao dia durante as principais refeições, totalizando 7,5g/dia) não foram observadas melhorias na sensibilidade à insulina e no controle glicêmico. Contudo, como crítica ao estudo, está o número reduzido de participantes e o fato destes apresentarem um consumo prévio de proteína dietética adequado, ou seja, dentro das faixas de recomendação para idosos com função renal preservada (0,8 – 1g de proteína/kg/peso)1.
As pesquisas direcionadas à sarcopenia são, em sua maioria, realizadas com a suplementação de leucina via oral (cápsula ou bebida industrializada). Como exemplos de alimentos ricos nesse aminoácido estão os ovos, carnes, peixes, soja, quinoa, leites e derivados.
Vitamina D
A deficiência de vitamina D está associada à redução da força e do anabolismo muscular. Em um estudo transversal em pacientes ambulatoriais com mais de 65 anos de idade, realizado na Suiça, Bischoff e col.19 encontraram uma correlação positiva entre a força muscular avaliada pela potência dos músculos extensores do joelho (LEP) e os níveis de 1,25-dihidroxivitamina D em homens e mulheres. Após ajustamento para idade, a LEP foi menor nos indivíduos com deficiência de vitamina D (25OHD< 30nmol/L). Além disso, a deficiência de vitamina D está envolvida na diminuição da secreção de insulina e no aumento da degradação muscular.
Creatina
A creatina tem sido amplamente estudada, tanto em adultos jovens como em idosos sarcopênicos.  Trata-se de um aminoácido encontrado no músculo esquelético e sintetizado endogenamente pelo fígado, rins e pâncreas a partir da glicina e arginina. Também pode ser obtido via alimentação, especialmente pelo consumo de carne vermelha e peixes. Sua principal função é o fornecimento rápido de energia durante a contração muscular, através de reação catalisada pela enzima creatina quinase. Além disso, a creatina influencia na regulação das células satélites e auxilia no aumento da força e da hipertrofia muscular, sendo eficiente em idosos ou pessoas acometidas por doenças degenerativas neuromusculares.
A suplementação de creatina está descrita nas recomendações da The Society for Sarcopenia, Cachexia and Wasting Disease, que ressalta a importância de serem realizados mais estudos a longo prazo com a população geriátrica. Além disso, grande parte das pesquisas não é direcionada a idosos com diabetes, sendo necessários mais estudos que assegurem tal aplicação terapêutica para esse público.
Considerando que a sarcopenia é uma das variáveis utilizadas para definição da síndrome de fragilidade, conferindo maior risco de quedas, fraturas, diminuição da capacidade funcional e mortalidade, a terapia nutricional contempla um importante papel na abordagem não farmacológica, juntamente com a atividade física. Um adequado controle glicêmico e as mudanças no estilo de vida são medidas essenciais para a prevenção e/ou reversão do quadro clínico quando instalado.

Vacinação pneumocócica no paciente diabético

As infecções pneumocócicas, incluindo pneumonia, bacteremia e meningite, são importantes causas de adoecimento e de morte em crianças com menos de 1 ano de idade, idosos e em indivíduos com doenças crônicas como diabetes mellitus. Além disso, outras doenças comumente presentes nos pacientes diabéticos também aumentam o risco de infecções graves pelo pneumococo, como doenças cardíacas e a insuficiência renal crônica. Logo, a vacinação contra oStreptococcus pneumoniae é uma importante estratégia no cuidado preventivo dos pacientes diabéticos, sendo tão importante quanto o cuidado com os pés, por exemplo. A seguir, as principais vacinas, suas indicações, calendário e eficácia.
O pneumococo possui uma espécie de barreira protetora, chamada de cápsula, que dificulta o ataque de nossas células de defesa no momento da infecção. As vacinas estimulam a produção de anticorpos contra a cápsula do pneumococo facilitando o trabalho do nosso sistema imunológico. Existem mais de 90 diferentes sorotipos de cápsulas, e as vacinas visam os mais frequentes. Atualmente, dois tipos de vacinas estão disponíveis.
A vacina pneumocócica polisacarídica 23 valente é recomendada para todo paciente diabético dos 19 aos 64 anos. Já nos pacientes com 65 anos ou mais, além da vacina 23 valente, a vacina pneumocócica conjugada 13 valente também está indicada. No caso dos pacientes com menos de 65 anos de idade, apenas casos específicos, como os imunocomprometidos, recebem a vacina 13 valente. Neste grupo de pacientes com problemas na imunidade, podemos incluir os renais crônicos e os nefróticos.
O calendário vacinal para as vacinas pneumocócicas no paciente diabético é o seguinte:
  • pacientes com menos de 65 anos: vacina pneumocócica 23 valente. Reforço após 5 anos.
  • pacientes com 65 anos ou mais já vacinados com a 23 valente: vacina 13 valente 12 meses após 23 valente.
  • paciente com 65 anos ou mais ainda não vacinados: vacina 13 valente primeiro. Após 6-12 meses, vacina 23 valente.
Diferentes estudos mostram que a vacinação, especialmente em indivíduos imunocomprometidos e em idosos, é capaz de reduzir pneumonias e infecções pneumocócicas invasivas, mas não mortalidade, podendo ser uma estratégia com boa custo-efetividade quando devidamente indicada. Apesar de existirem recomendações específicas para os pacientes diabéticos como vimos acima, ainda faltam dados relacionados à eficáfia e segurança neste grupo em particular.