As infecções pneumocócicas, incluindo pneumonia, bacteremia e meningite, são importantes causas de adoecimento e de morte em crianças com menos de 1 ano de idade, idosos e em indivíduos com doenças crônicas como diabetes mellitus. Além disso, outras doenças comumente presentes nos pacientes diabéticos também aumentam o risco de infecções graves pelo pneumococo, como doenças cardíacas e a insuficiência renal crônica. Logo, a vacinação contra oStreptococcus pneumoniae é uma importante estratégia no cuidado preventivo dos pacientes diabéticos, sendo tão importante quanto o cuidado com os pés, por exemplo. A seguir, as principais vacinas, suas indicações, calendário e eficácia.
O pneumococo possui uma espécie de barreira protetora, chamada de cápsula, que dificulta o ataque de nossas células de defesa no momento da infecção. As vacinas estimulam a produção de anticorpos contra a cápsula do pneumococo facilitando o trabalho do nosso sistema imunológico. Existem mais de 90 diferentes sorotipos de cápsulas, e as vacinas visam os mais frequentes. Atualmente, dois tipos de vacinas estão disponíveis.
A vacina pneumocócica polisacarídica 23 valente é recomendada para todo paciente diabético dos 19 aos 64 anos. Já nos pacientes com 65 anos ou mais, além da vacina 23 valente, a vacina pneumocócica conjugada 13 valente também está indicada. No caso dos pacientes com menos de 65 anos de idade, apenas casos específicos, como os imunocomprometidos, recebem a vacina 13 valente. Neste grupo de pacientes com problemas na imunidade, podemos incluir os renais crônicos e os nefróticos.
O calendário vacinal para as vacinas pneumocócicas no paciente diabético é o seguinte:
- pacientes com menos de 65 anos: vacina pneumocócica 23 valente. Reforço após 5 anos.
- pacientes com 65 anos ou mais já vacinados com a 23 valente: vacina 13 valente 12 meses após 23 valente.
- paciente com 65 anos ou mais ainda não vacinados: vacina 13 valente primeiro. Após 6-12 meses, vacina 23 valente.
Diferentes estudos mostram que a vacinação, especialmente em indivíduos imunocomprometidos e em idosos, é capaz de reduzir pneumonias e infecções pneumocócicas invasivas, mas não mortalidade, podendo ser uma estratégia com boa custo-efetividade quando devidamente indicada. Apesar de existirem recomendações específicas para os pacientes diabéticos como vimos acima, ainda faltam dados relacionados à eficáfia e segurança neste grupo em particular.
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